"Minha Zona de Conforto"

Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Romanos 12:1

“Senhor, usa-me” era a minha constante oração. Eu corria para o trabalho cada manhã, corria para cima e para baixo no meu emprego, corria ao banco, à loja, à igreja e – a lista continuava. Mesmo quando saía em férias, ainda me via correndo para concluir as tarefas de último minuto, corria para tomar o táxi, para ir ao aeroporto, à estação ferroviária, ao terminal rodoviário ou a um navio de cruzeiro. Aguardava ansiosamente a aposentadoria. Parecia que não cessaria nunca aquela turbulência.

O primeiro ano da aposentadoria foi lindo. Viajei para vários continentes. Embora me movimentasse a um ritmo mais lento e fizesse muitas das coisas que queria fazer, minha mente continuava funcionando como um computador. Com o passar do tempo, meu corpo e mente começaram a fazer concessões. Mas, todos os dias, eu continuava orando: “Senhor, usa-me.”

Era a véspera do dia de Ação de Graças, três anos mais tarde. Eu dormia profundamente, quando o telefone tocou. “Irmã Cora, poderia vir à igreja, por favor?” Era do departamento de serviço comunitário, procurando alguém que tivesse carro para ir a alguns lugares. Meus pensamentos imediatos foram: Por que me chamaram? Onde estão os membros da comissão? Eu me aposentei, para poder dormir até mais tarde pela manhã, se quiser, e não ser perturbada. E eu estava exausta.

Então, ocorreu uma repentina mudança de ideia, uma transição. Aquele telefonema fora realmente um toque de despertador. Você pediu que o Senhor a usasse. Por que está reclamando? Está mesmo querendo ser usada por Ele? Um sentimento terrível de culpa me dominou. Eu não queria sair da minha zona de conforto, e pensei nas muitas vezes em que hesitei em fazê-lo. Onde estaria eu, se Jesus não tivesse deixado Sua zona de conforto? Ele deixou Sua zona de conforto celeste para vir a uma Terra enferma pelo pecado, a fim de me oferecer a salvação. Ficou ausente de Sua zona de conforto enquanto esteve pregado à cruz, mas nunca Se queixou. Suportou dores lancinantes, suou, sangrou e morreu com sede – tudo por amor a você e a mim.

Minha oração, hoje, é: Senhor, ajuda-me a deixar minha zona de conforto quando me pedes que auxilie os outros. Ajuda-me a lembrar como deixaste Tua zona de conforto por amor, e continua a usar-me.

Cora A. Walker