segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

O Último Presente!

Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã. Salmo 30:5


Estela sabia que seu marido não viveria até o Natal. Em janeiro daquele ano os médicos haviam diagnosticado câncer terminal nele, e seu mundo havia desmoronado. Durante os meses que se seguiram Davi havia colocado seus negócios em ordem e dera instruções a Estela sobre como conduzir tudo. A única coisa que ele não lhe ensinara foi como viver sem ele.


E agora ele se fora, deixando nela um grande vazio. A solidão pesava sobre ela roubando-lhe energia e capacidade para desfrutar a vida, mesmo às vésperas do Natal. Chovia forte. Ela olhou pela janela e soluçou: “Oh, Davi, que saudade eu tenho de você!”


Lágrimas corriam-lhe pela face quando a campainha tocou. Quem poderia ser em meio a essa chuvarada? Ela enxugou os olhos e foi atender. Junto ao alpendre estava um jovem com uma caixa de papelão.


– Dona Estela? Tenho uma encomenda para a senhora.


Ela abriu a porta e ele entrou, depositando a caixa no chão. Então lhe entregou um envelope. Nesse momento um latido veio de dentro da caixa. Era um cãozinho Labrador dourado. O jovem então lhe disse:


– É seu. Ele está com seis semanas e é totalmente caseiro. Devíamos entregá-lo na véspera do Natal, mas os funcionários do canil vão entrar em férias amanhã. Espero que a senhora não se oponha a um presente adiantado.


Enquanto Estela gaguejava querendo explicações, o jovem disse que o marido dela o havia comprado e o deixara no canil. Era o seu último presente para ela. Em seguida foi até o carro e trouxe mais uma caixa, contendo ração, correia e um folheto intitulado “Como cuidar do seu cão Labrador”.


Estela abriu o envelope e leu a carta, escrita pelo marido três semanas antes de falecer:


“Querida Estela,


De todas as cartas que já lhe escrevi, esta é a mais difícil. Como poderei traduzir em palavras tudo o que sinto por você? Você foi a melhor esposa que um homem poderia ter. Sei como o meu câncer foi difícil para você. Não sei de onde você tirou forças para cuidar de mim, nunca reclamando de nada. Você é uma mulher forte. Quando estiver lendo esta carta eu já terei partido. Mas não será para sempre. Um dia estaremos juntos novamente. Para você não se sentir tão sozinha estou lhe mandando este filhote de Labrador. Espero que ele seja um bom companheiro. Com todo o amor, Davi.”


Estela abraçou o cãozinho e este lambeu-lhe a face. Ela então sentiu uma paz imensa invadir-lhe o ser, como se o Pai celeste a estivesse abraçando.


Ele quer abraçar você também e trazer-lhe conforto.

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