quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Doença é Castigo?

Caminhando Jesus, viu um homem cego de nascença. E os Seus discípulos perguntaram: Mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? João 9:1, 2


O rabino Harold S. Kushner conta que conheceu um garoto de 11 anos que se submeteu a um exame de vista na escola. Foi constatado um grau de miopia suficiente para o uso de óculos. Ninguém ficou chocado com isso, pois tanto seus pais como sua irmã mais velha usavam óculos. “Mas o garoto ficou profundamente transtornado com o fato, não se abrindo, porém, com ninguém. Finalmente, certa noite, quando a mãe o colocava na cama, a verdade apareceu. Uma semana antes do exame de vista, o garoto e dois outros amigos mais velhos examinaram um monte de velharias que um vizinho colecionava e descobriram um exemplar da revista Playboy. Com o sentimento de que estavam fazendo algo perverso, eles passaram algum tempo olhando para as fotografias de mulheres nuas. Dias mais tarde, diante do resultado do exame de vista na escola, ele tirou a conclusão de que Deus iniciara o processo de puni-lo com a cegueira por ter olhado para aquelas fotografias” (Quando Coisas Ruins Acontecem às Pessoas Boas, p. 20).


Os judeus acreditavam que os sofrimentos desta vida eram castigos divinos pelo pecado. Os rabinos ensinavam ainda que Deus era muito cuidadoso, no sentido de punir cada pecado na medida exata. Sansão, por exemplo, cedeu ao desejo dos olhos, e como consequência, os filisteus lhe vazaram os olhos. Absalão se orgulhava de seu cabelo e por isso morreu pendurado pelos cabelos. E por aí afora.


Mas Cristo condenou esse raciocínio, dizendo: “Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus” (Jo 9:3). Uma tradução mais compreensível seria: “Nem ele pecou, nem seus pais; mas como resultado de seu sofrimento, as obras de Deus serão manifestadas nele.” Jesus “não explicou a causa da aflição do homem, mas disse-lhes qual seria o resultado” (O Desejado de Todas as Nações, p. 471).


É verdade que os filhos muitas vezes colhem os resultados das transgressões dos pais. Mas não se deve confundir lei da causalidade com castigo divino. São duas coisas diferentes. O profeta Oseias já dizia: “Porque semeiam ventos e segarão tormentas” (Os 8:7). Isso é causa e efeito.


A punição pelo pecado, porém, não é aplicada agora. Será no dia do juízo.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Começo Humilde, Final Grandioso!

Disse mais: A que assemelharemos o reino de Deus? Ou com que parábola o apresentaremos? É como um grão de mostarda, que, quando semeado, é a menor de todas as sementes sobre a terra. Marcos 4:30, 31


Telêmaco era um eremita. Mas um dia algo lhe disse que ele devia ir a Roma. Ele saiu do deserto e foi. Embora Roma fosse uma cidade nominalmente cristã, havia jogos em que os gladiadores lutavam até que um deles morresse. A multidão vibrava, com sede de sangue.


Telêmaco foi assistir a uma dessas lutas. Oitenta mil pessoas estavam no estádio. Ele ficou horrorizado. Os gladiadores que estavam se matando também não eram filhos de Deus? Ele saltou da arquibancada para dentro da arena e se colocou entre os gladiadores. Foi empurrado para o lado, mas voltou. A multidão ficou irada e começou a apedrejá-lo. Mas ele continuou se interpondo entre os lutadores.
Então o prefeito de Roma emitiu uma ordem e uma espada resplandeceu ao Sol. Num instante, Telêmaco estava morto. Os espectadores silenciaram. De repente a multidão entendeu o que havia acontecido: um homem santo havia morrido. Algo extraordinário ocorreu naquele dia em Roma: as lutas entre gladiadores foram suspensas. Através de sua morte um homem deu início a um movimento que extirpou do império uma prática criminosa.


Grandes realizações começam com uma ideia. Uma reforma começa com um homem. A parábola do grão de mostarda nos ensina que o reino de Deus começa pequeno, mas terminará como uma árvore frondosa que abriga muitas nações. No Antigo Testamento, uma das figuras mais comuns para representar um grande império é a de uma grande árvore, e as nações súditas como aves que se aninham nos seus ramos (Ez 31:3, 6).


“Jesus não poderia ter escolhido uma figura melhor do que o insignificante grão de mostarda para ilustrar a maneira como o reino de Deus opera na mente de pessoas não regeneradas. Os líderes judaicos olhavam com desprezo para a multidão heterogênea que ouvia Jesus, especialmente os poucos pescadores e camponeses iletrados que se assentavam ao Seu lado. Eles concluíram que Jesus não podia ser o Messias, e que o ‘reino’ que Ele proclamava nunca daria em nada” (SDA Bible Commentary, v. 5, p. 409).


Mas eles se enganaram, pois o reino de Deus cresceu e continuará crescendo até atingir o mundo todo.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

O Deus Que Vem!

Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, Aquele que era, que é e que há de vir. Apocalipse 4:8


Temos pregado com ardor sobre a segunda vinda de Cristo. Mas praticamente não se fala que Deus o Pai acompanhará o Filho em Sua segunda vinda. Entretanto, há evidências bíblicas de que isto ocorrerá.


As Escrituras mostram Deus vindo à procura do homem (ver Lc 19:10, Jo 1:14, 11; 1Jo 4:10). Este último verso nos apresenta a razão por que Deus Se mobilizou em busca do homem perdido: Seu grande amor por nós. A salvação, portanto, é Deus vindo até nós movido pelo amor.


O Antigo Testamento faz várias referências a essa atitude divina, mostrando Deus vindo ao encontro do Seu povo (ver Êx 19:9; 20:24). Mas é no Novo Testamento que temos as principais referências de que o Pai acompanhará Jesus em Sua vinda à Terra.


Em Seu julgamento, Cristo dissera a Caifás: “Desde agora vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do Céu” (Mt 26:64). Notem que aqui são mencionadas duas Pessoas: o Filho do Homem, que é Jesus, e o Todo-Poderoso, que é um dos nomes atribuídos a Deus o Pai. Ambos virão sobre as nuvens do Céu.


No auge do sexto selo, os ímpios clamam às rochas e às montanhas: “Caí sobre nós e escondei-nos da face dAquele que Se assenta no trono e da ira do Cordeiro” (Ap 6:16). Aqui novamente são mencionadas duas Pessoas: o Cordeiro, que é Jesus, e “Aquele que Se assenta no trono”. O Apocalipse não deixa dúvida de que Aquele que Se assenta no trono é Deus o Pai (ver Ap 5:6, 7; 7:9, 10).


Finalmente, lemos em Apocalipse 16:12: “Derramou o sexto a sua taça sobre o grande rio Eufrates, cujas águas secaram, para que se preparasse o caminho dos reis que vêm do lado do nascimento do sol.”


Esta é uma referência à volta de Jesus, que é apresentado em Isaías como Rei do Oriente, através da figura do rei Ciro, um rei do Oriente. Mas o texto fala em reis, no plural. Deve ser mais de um, portanto. Mervyn Maxwell entende que se trata de Pai e Filho: O Filho do homem e o Todo-Poderoso, ou o Cordeiro e Aquele que Se assenta sobre o trono. Essa dupla divina vem ao lugar onde a terceira Pessoa da Trindade, o Espírito Santo, já Se encontra desde a ascensão de Cristo (Uma Nova Era Segundo as Profecias do Apocalipse, p. 83, 84, 160, 161, 192, 193).


Pai e Filho vêm nos buscar, e junto com o Espírito Santo, que já está entre nós, os três Reis do Oriente retornam para o Seu reino, acompanhados de todos os santos anjos, e dos remidos, que somos nós. Que festa maravilhosa será essa! Façamos planos para estar lá.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Serendipidade

O reino dos Céus é semelhante a um tesouro oculto no campo, o qual certo homem, tendo-o achado, escondeu. Mateus 13:44


Serendipidade é uma palavra nova em português. É originária do inglês serendipity, e foi criada pelo escritor inglês Horace Walpole, em 1754, a partir do conto persa infantil Os Três Príncipes de Serendip (atual Sri Lanka), que viviam fazendo descobertas inesperadas.


A palavra foi aportuguesada justamente por não haver uma tradução exata.


O que significa? É a capacidade de fazer descobertas felizes ou úteis por acaso. Geralmente ocorre quando alguém está procurando uma coisa e acha outra. A descoberta da América, por exemplo, teria sido um caso de serendipidade, pois Cristóvão Colombo procurava um caminho para a Índia, quando descobriu a América.


Outro caso famoso foi o de Alexander Fleming, que descobriu a penicilina acidentalmente, ao verificar que algumas culturas de bactérias morriam quando um tipo de bolor se desenvolvia nessas culturas. Estudando os constituintes desse bolor, veio a isolar o primeiro antibiótico.


Conta-se que Newton formulou a Lei da Gravitação Universal graças à queda ocasional de uma maçã, numa tarde em que tomava chá no jardim. Os sucrilhos, ou corn-flakes, surgiram porque os irmãos Kellog, em 1898, esqueceram o milho em um forno aceso durante todo um dia. A borracha vulcanizada foi inventada quando Charles Goodyear, em 1844, deixou cair um pedaço de borracha escolar dentro de uma frigideira quente. A ciência moderna está repleta de serendipidades.


A ciência da salvação também. Uma pessoa se converteu ao achar o livro O Grande Conflito no lixo. Outro aceitou a Jesus através de um folheto trazido pela enxurrada. Você deve conhecer outros casos.


Existe serendipidade na Bíblia? A palavra não, mas o conceito sim. Salomão já dizia que “tudo depende do tempo e do acaso” (Ec 9:11). Na parábola do tesouro escondido, o homem que estava cavando a terra não estava procurando um tesouro. O que ele achou foi inesperado e por acaso – um exemplo de serendipidade bíblica.


Mas o caso mais espantoso é o do peixe que tinha na boca uma moeda, a qual seria usada para pagar o imposto do Templo (Mt 17:27). Serendipidade ou milagre?


Seja como for, é importante frisar que quando confiamos em Deus, todas as coisas cooperam para o nosso bem (Rm 8:28).

domingo, 26 de setembro de 2010

O Ultimo Dia de Ulício

Perece o justo, e não há quem se impressione com isso; e os homens piedosos são arrebatados sem que alguém considere nesse fato; pois o justo é levado antes que venha o mal. Isaías 57:1


Delcina Dias da Rocha é uma mulher sofrida. Dos quatro filhos que teve com seu marido Ulício, perdeu três. O primeiro nasceu morto; o segundo faleceu com dois meses e meio, vítima de infecção. E o terceiro morreu de acidente, aos 33 anos de idade. Agora só lhe resta a filha Adriana, pois Ulício também morreu de acidente aos 42 anos, em São Paulo.


Delcina conta que Ulício havia contraído um câncer de pele muito grave que, segundo os médicos, poderia se alastrar rapidamente pelo corpo todo. Ele passou por três cirurgias no Hospital do Câncer. Logo que pôde sair do seu quarto hospitalar, Ulício passou a visitar os demais pacientes e a pregar-lhes o evangelho, inclusive aos médicos e enfermeiras.


Daí foi para casa. Ao retornar para uma nova consulta, o médico constatou que ele havia sido curado. O próprio médico atribuiu a cura a um milagre divino. Ulício voltou para casa feliz e contou para a família o que havia acontecido.


No domingo seguinte ele foi dar um estudo bíblico a Márcio e sua esposa. No apelo que fez ao casal, perguntou-lhes se eles queriam ir para o Céu junto com ele. Eles responderam que sim. “Então vocês se preparem”, respondem Ulício, “porque se eu morrer hoje, tenho certeza de que estou preparado.”


Ele não sabia que realmente estava vivendo o último dia de sua vida. Voltou para casa, e à noite não pôde ir à igreja porque chovia muito. Sentou-se na cama e cantou vários hinos. Depois orou e deitou-se para dormir.


No dia seguinte, às 6 horas da manhã, ele apanhou o ônibus, e ao descer pouco adiante, foi atropelado, vindo a falecer. Delcina sofreu muito, emagreceu, mas nunca se revoltou contra Deus, porque sabia que Ulício estava com a salvação assegurada.


Cinco anos depois, ao ir à igreja adventista de São Mateus, em São Paulo, encontrou ali Márcio, a esposa e as filhas, e só então ficou sabendo da conversa que seu marido havia tido com eles em seu último dia de vida. E Márcio então diz: “Estou aqui porque quero me encontrar com o Ulício, quando Jesus voltar.”


A morte do justo é muitas vezes prematura porque Deus, em Sua misericórdia, o leva antes que seja afligido pelo mal. E isso é confortador.

sábado, 25 de setembro de 2010

"Um Rebanho e Um Pastor"

Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; a Mim Me convém conduzi-las; elas ouvirão a Minha voz; então, haverá um rebanho e um pastor. João 10:16


Um garoto estava apascentando as ovelhas de seu pai. Não muito longe dali, do outro lado de um pequeno vale, um outro garoto, vizinho, estava também apascentando as ovelhas do pai. Os rapazes eram bons amigos. Com frequência eles conversavam através do vale que os separava.


Um dia, uma forte tempestade caiu repentinamente, e os rapazes, com as ovelhas, se refugiaram embaixo da saliência de uma rocha. Quando a tormenta passou e chegou a hora de voltarem para casa, os garotos enfrentaram um problema: as ovelhas estavam misturadas e eles não sabiam como separá-las. Algumas eles conheciam, mas não tinham certeza quanto a outras.


Finalmente, desesperados e com medo de serem repreendidos, eles começaram a caminhar para casa, cada um por um caminho diferente. E então, o que aconteceu? As ovelhas se separaram, cada uma seguindo seu pastor!


Hoje, as ovelhas de Deus se acham misturadas e espalhadas por muitas nações, tribos e línguas, na Babilônia mística. E muitas se acham isoladas, sem terem laços com algum grupo organizado. Mas o Salvador conhece a todas e, quando chegar o momento de ir para casa, elas ouvirão Sua voz e O seguirão. O chamado de Cristo será: “Retirai-vos dela, povo Meu, para não serdes cúmplices em seus pecados e para não participardes dos seus flagelos” (Ap 18:4).


Deus sempre teve um povo em Babilônia. Homens e mulheres tementes a Deus às vezes vivem numa sociedade corrupta. Para que não se envolvam nos seus pecados, e consequentemente, no seu castigo, eles deverão deixar a companhia de gente perversa. Antes que a casa caia é melhor que seus moradores saiam dela para salvar a vida.


No passado remoto o povo de Deus ouviu o chamado divino para se retirar da Babilônia literal e retornar para Jerusalém (ver Is 48:20, Jr 50:8, 51:6, 45). Antes de se encerrar o tempo de graça o povo de Deus deverá também abandonar a Babilônia espiritual e se unir ao remanescente, aos “que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” (Ap 14:12).


Então haverá um rebanho, e um pastor, que é Cristo, e não o líder de alguma igreja.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Cisternas Rotas!!!

Porque dois males cometeu o Meu povo: a Mim Me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas. Jeremias 2:13


Dois viajantes, cansados ao extremo, estavam cruzando o deserto sob um sol abrasador. A água de seus cantis havia acabado. Eles estavam praticamente se arrastando e discutiam por quanto tempo ainda conseguiriam resistir antes de se abandonarem às areias escaldantes.


De repente viram no horizonte um pontinho verde. Seria uma miragem? Não, era real. À medida que avançavam lentamente, o pontinho verde crescia e ficava mais distinto. Algo estava crescendo ali. E fosse o que fosse, era sinal de que havia água por perto. Água! Esse pensamento lhes deu coragem para avançar. Deve ser um oásis!


Usando as últimas forças, eles chegaram lá. E nesse paraíso de sombra eles viram um poço. E ao lado, um balde de madeira! Apressadamente lançaram o balde lá dentro, mas ele chegou ao fundo com um baque surdo. O poço estava seco!


Isso era demais! Agora sim, eles iriam se deitar à sombra e admitir que o deserto havia sido vitorioso. Mas então eles viram uma tabuleta jogada ao chão, a alguns metros dali. Alguém, com um instrumento cortante havia entalhado na madeira as palavras: Água – 5 km a leste.


Água a cinco quilômetros! Será que eles conseguiriam? Sim. Quem se deitaria para morrer, sabendo que existe água a cinco quilômetros?
No Oriente, a água sempre foi um bem precioso. Quem tivesse uma propriedade com uma fonte de água seria tolo se a trocasse por uma cisterna rota. Mas foi exatamente isto que Israel fez: trocou o manancial de águas vivas por poços secos. Havia trocado o real pelo falso: “No Monte Sinai, onde o Senhor lhes deu a Lei, fizeram um bezerro e adoraram aquela imagem feita de metal. Trocaram o Deus glorioso pela imagem de um bezerro que come capim!” (Sl 106:19, 20, BV).


As pessoas continuam fazendo a mesma coisa hoje. Trocam o Deus do Céu e a paz de espírito, pela descrença e aflição de espírito. Trocam a verdade pela mentira, a certeza da salvação pela certeza da perdição.


A experiência de Israel foi escrita para nosso ensino, para que não imitemos o seu mau exemplo. Não vamos trocar a Água viva por cisternas rotas.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

A vigília da Noite!

A minha boca Te louva, no meu leito, quando de Ti me recordo e em Ti medito, durante a vigília da noite. Salmo 63:5, 6


O que você faz quando não consegue dormir, à noite? Toma um sonífero, liga a televisão, lê, ou caminha pela casa? Quase todos nós já passamos noites em claro, perturbados por algum problema, preocupação ou barulho. E isto não é exclusividade da vida moderna e agitada em que vivemos. O salmista Davi teve insônia em meio ao silêncio e solidão do deserto.


Podemos imaginá-lo à porta de sua tenda, olhando para o céu estrelado e para a imensidão vazia do deserto da Judeia, fracamente iluminado pelo luar. É um lugar desolado, ótimo para um fugitivo se esconder. Foi por isso que Davi foi para lá, ao fugir de Saul.


Ele estava solitário e triste, certamente pensando nos dias alegres que já vivera e se perguntando se viveria dias melhores no futuro. Agora temia por sua vida, pois sua cabeça estava a prêmio. O sono lhe fugira dos olhos. O que fazer, sem televisão, naquelas paragens? Voltar para a cama e meditar no que Deus havia feito por ele no passado! Foi o que fez. E expressou sua confiança nesse mesmo Deus dizendo: “Porque Tu me tens sido auxílio; à sombra das Tuas asas, eu canto jubiloso. A minha alma apega-se a Ti; a Tua destra me ampara. Porém os que me procuram a vida para a destruir abismar-se-ão nas profundezas da Terra” (Sl 63:7-9).


O que é que lhe tira o sono? Problemas financeiros? Problemas conjugais? O clima não é favorável para suas plantações? O médico lhe deu uma má notícia? Precisou reprovar um aluno? Está desempregado? Essas e outras preocupações, que incomodam durante o dia, têm o poder de tirar o sono à noite.


A lista de coisas que podem nos perturbar à noite é enorme. Talvez alguém nos tenha ofendido ou ameaçado. Pode ser também que o problema esteja dentro de nós, como remorso ou complexo de culpa. Seja lá o que for que o mantém desperto em hora de dormir, quando você se sentir solitário e com o coração opresso, quando nada parece ter sentido, quando a dor e o sofrimento parecem insuportáveis, e você não tem ideia de como enfrentar um novo dia, faça o que fez Davi – medite no amor de Deus e em Seu poder restaurador. Pense em como Ele o ajudou e protegeu no passado. Pense em Sua infinita capacidade de cuidar de você no futuro.


Lembre-se de que está a salvo debaixo de Suas asas. Deus o sustentará durante este dia. E durante a vigília da noite também.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Compromisso Com a Primavera

Que proveito tem o trabalhador naquilo com que se afadiga? Eclesiastes 3:9


Em uma radiosa manhã primaveril o filósofo George Santayana interrompeu sua palestra no meio de uma frase. “Acho que essa frase jamais será terminada”, disse ele. “Tenho um compromisso com a primavera.” Ele juntou seus papéis, saiu do auditório e foi para uma região rural.


Santayana era um indivíduo excêntrico em muitos aspectos, e não seria aconselhável seguir seu exemplo em tudo. Mas ele nos deixou uma lição sobre o equilíbrio que deve haver entre trabalho e lazer.


Muitos de nós somos escravos do trabalho, e nos afadigamos durante todas as horas úteis do dia. Não temos tempo para relaxar e observar as coisas belas e simples da vida.


Deus certamente levou em conta essa tendência humana ao nos criar, e por isso nos deixou um exemplo a ser seguido: “E, havendo Deus terminado no dia sétimo a Sua obra, que fizera, descansou nesse dia de toda a Sua obra que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que, como Criador, fizera” (Gn 2:2, 3).


Trabalhar arduamente é bom, pois nos dá um senso de realização e utilidade e nos livra do tédio. Mas também pode nos manter ocupados demais para perceber que talvez estejamos correndo atrás do vento.


Nosso compromisso com a primavera pode não ser igual ao do filósofo Santayana, entre árvores, grama e flores. Mas seja onde for, é melhor não adiar esse compromisso até que seja tarde demais.


Guilherme vivia com a esposa Elisa no sopé de uma montanha. De sua casa se descortinava um panorama esplendoroso, com um lago no meio do vale, lá embaixo. Um dia Guilherme morreu em seu escritório, onde estava trabalhando até tarde, como era seu costume.


A viúva, Elisa, se conteve durante o funeral e mesmo durante a venda de suas muitas posses. Mas perdeu totalmente o controle quando o leiloeiro anunciou o leilão de um par de cadeiras de balanço. “Uma delas é novinha em folha”, disse ele com entusiasmo.


Guilherme havia comprado as cadeiras para ele e Elisa, no verão em que havia aumentado o alpendre da casa com sua bela vista para o vale. Mas não tirou tempo para usar a sua.


Ele perdeu o seu compromisso com a primavera.


P.S. A primavera começa hoje.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

A Conversão de Manassés!

Então, reconheceu Manassés que o Senhor era Deus. 2 Crônicas 33:13


O sofrimento fez Manassés pensar. É um grande dia este em que Deus consegue nos fazer pensar. Ele deve ter se lembrado de seu piedoso pai. E lembrou-se também do Deus de seu pai. Sua experiência mostra como é difícil para um filho escapar da influência salvadora de um verdadeiro pai ou de uma boa mãe.


Manassés refletiu profundamente, arrependeu-se e caiu de joelhos. “Ele, angustiado, suplicou deveras ao Senhor, seu Deus, e muito se humilhou perante o Deus de seus pais” (2Cr 33:12). E Deus o perdoou. E não apenas o perdoou, mas tornou a trazê-lo a Jerusalém, ao seu reino. O que havia sido cativo em uma terra estranha, voltou a usar a coroa. E durante todo o restante de sua vida ele foi um devoto seguidor do seu Deus. Sua conversão foi genuína e duradoura. Procurou desfazer os males que havia cometido anteriormente. Destruiu os altares que havia erigido aos falsos deuses. Tentou fazer com que o povo retornasse à verdadeira religião. E qual foi o resultado?


“Mas este arrependimento, notável embora, veio demasiado tarde para salvar o reino da influência corruptora de anos de prática idolátrica. Muitos haviam tropeçado e caído, não se levantando mais. Entre aqueles cuja experiência da vida tinha sido influenciada além da possibilidade de recuperação pela fatal apostaria de Manassés, estava seu próprio filho” (Profetas e Reis, p. 383).


Manassés fez uma constatação terrível: descobriu que havia sido mais fácil levar o povo à apostasia do que trazê-lo de volta às antigas veredas. Sentiu-se impotente para reerguer a nação, arruinada espiritualmente por sua culpa. Não foi sequer capaz de salvar o próprio filho, o qual se tornou idólatra até o fim de sua vida.


O arrependimento nos conduz à salvação. Mas há uma coisa que o arrependimento não faz: ele não nos salva das consequências temporais de nosso pecado. Podemos sair para o mundo e semear joio durante cinquenta anos. Se nos arrependermos, Deus nos perdoará. Mas há uma coisa que Deus não poderá fazer: transformar em trigo o joio que semeamos. Podemos lamentar profundamente nossa semeadura. Mas a respectiva colheita será obrigatória.


Manassés foi salvo apesar de ter levado à perdição homens e mulheres, devido a sua influência pecaminosa que não pôde ser revertida. Que tipo de influência você está exercendo sobre os outros?

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

"O Rei Que Detonou Sua Nação"

Manassés fez errar a Judá e os moradores de Jerusalém, de maneira que fizeram pior do que as nações que o Senhor tinha destruído de diante dos filhos de Israel. 2 Crônicas 33:9


Manassés tinha apenas doze anos de idade quando se tornou rei, e durante 55 anos reinou em Jerusalém. Ele era filho de Ezequias, um dos melhores reis que Judá teve. Infelizmente, Manassés não seguiu o bom exemplo de seu pai. Ao contrário, tornou-se mais ímpio do que todos os seus antecessores. Restabeleceu o paganismo e a idolatria, deixou florescer a tirania e “derramou muitíssimo sangue inocente, até encher Jerusalém de um ao outro extremo” (2Rs 21:16). Até mesmo “queimou seus filhos como oferta no vale do filho de Hinom, adivinhava pelas nuvens, era agoureiro, praticava feitiçarias, tratava com necromantes e feiticeiros e prosseguiu em fazer o que era mau perante o Senhor (2Cr 33:6).


Mas embora tivesse voltado as costas para as coisas divinas, Deus não o abandonou. Enviou-lhe um mensageiro após o outro para convencê-lo de suas culpas e convidá-lo ao arrependimentol. Mas parece que, quanto mais ele era advertido, mais mergulhava no pecado.


Porém, a maior culpa de Manassés é que ele não pecou sozinho. Ao se afastar de Deus ele carregou toda a nação de Judá junto com ele. Isto faz lembrar o que aconteceu quando Charles II foi restaurado ao trono da Inglaterra. O palácio real se transformou num prostíbulo. Charles vivia abertamente em adultério e a podridão do trono levou à podridão do reino. Foi o que aconteceu com Manassés.


É uma grande verdade que ninguém peca sozinho. Talvez nossa influência não seja tão grande quanto à de Manassés, mas, por mais obscura que seja nossa vida, ela influenciará outros, em maior ou menor escala. A verdade é que, ao cometermos um ato, não podemos controlar seus efeitos.


Finalmente chegou o momento de Manassés pagar por seus pecados. Deus permitiu que ele fosse capturado por soldados assírios, os quais “o amarraram com cadeias, e o levaram a Babilônia” (2Cr 33:11), sua capital temporária.


O castigo pode demorar, mas virá. E causa reações opostas em diferentes tipos de caráter. Alguns se tornam ainda mais rebeldes. Outros se arrependem.


Veja, amanhã, qual foi a reação de Manassés.

domingo, 19 de setembro de 2010

"O Caráter Perfumado de Abigail"

Então, Davi recebeu da mão de Abigail o que esta lhe havia trazido e lhe disse: Sobe em paz à tua casa; bem vês que ouvi a tua petição e a ela atendi. 1 Samuel 25:35


Abigail não cedeu à tentação de livrar-se de um casamento infeliz, deixando que Davi passasse ao fio da espada Nabal e seus filhos. Chamou os seus servos e ordenou-lhes que carregassem os jumentos com presentes para Davi – pão, vinho, carne, trigo, passas e pastas de figo. Cavalgando um jumento, ela mostrou-lhes a direção a seguir.


E assim as duas caravanas – a caravana da ira e da vingança, e a caravana da paz e reconciliação – marcharam, uma em direção à outra. Quando se encontraram, Abigail desceu do jumento, prostrou-se diante de Davi e fez a magnífica súplica relatada nos versos 24 a 31.


Davi desistiu de matar a família de Nabal e bendisse a Deus por ter enviado Abigail ao seu encontro. Muitas vidas foram salvas naquele dia, graças à ação pronta desta mulher, que não nutria sentimentos de vingança para com o marido, embora este fosse um bruto.


Ao chegar em casa, ela encontrou Nabal bêbado. Como não havia condições de conversar com ele, ela esperou até a manhã seguinte para lhe contar tudo. E quando Nabal ouviu o que acontecera no dia anterior, ficou tão chocado ou irado, que teve um ataque e ficou paralisado, morrendo dez dias depois.


Mas a história não termina aí. Davi, ao saber da morte de Nabal, propôs à bela viúva tomá-la por mulher, o que ela aceitou.


A vida de Abigail encerra lições preciosas: ela não se deixou amargurar pelas adversidades, mas suportou-as com resignação. Além disso, em sua intercessão com Davi, ela lhe assegurou que a mão de Deus não se havia retirado dele, e que por mais ameaçador que fosse o presente, ele seria rei de Israel.


Que palavras animadoras! Haveria algo melhor que se pudesse dizer a alguém, senão lembrá-lo de que Deus tem um plano para a vida dele, e que se ele obedecer a Deus e nEle confiar, todas as coisas contribuirão para o seu bem?


Por fim, aprendemos dos lábios de Abigail que jamais nos arrependeremos do mal não cometido – uma palavra de ira contida a tempo, um ato de violência refreado no último momento. No registro de nossa vida há muita coisa que gostaríamos de apagar. Mas demos graças a Deus por aquilo que não está ali, porque, pela misericórdia divina, fomos impedidos, a tempo, de cometer.

Livros Sobre Vampiros Podem Afetar Comportamento!


Cientistas e professores de literatura promoveram encontro em Cambridge, Inglaterra, para discutir como livros sobre vampiros e outras fantasias podem afetar a mente dos jovens. O objetivo é estudar como a adolescência é afetada por estes livros. As informações são do site LiveScience. O maior exemplo dado pelos cientistas é o livroCrepúsculo, que fez sucesso também nos cinemas. Há a possibilidade de livros fantasiosos afetarem de forma negativa o cérebro dos adolescentes. Os jovens são mais suscetíveis a influência de qualquer coisa que esteja próxima a ele, como experiências, objetos, literatura e música, por exemplo. “O cérebro de um jovem processa informações de forma diferente a de um adulto”, disse a apresentadora do encontro, Karen Coats, professora de inglês da Universidade de Ilinóis, Estados Unidos, em entrevista ao site. “Portanto, eles têm mais dificuldade em perceber que modelos estão seguindo, podendo ser influenciados por livros de fantasia e nem perceber.”

Durante o encontro, foi discutido o livro Crepúsculo, e como ele pode contar partes antifeministas, e como isso pode mudar o comportamento dos jovens fãs da série. Alguns dos pesquisadores disseram que as mulheres fãs do livro são influenciadas e passam a adotar comportamento passivo em relação aos homens.

Outro objetivo do encontro foi discutir o porquê dos jovens gostarem tanto de história com vampiros e zumbis, e como isso afeta o comportamento além da leitura de um livro.


Nota: Claro que o foco dos debatedores no encontro não era o impacto espiritual de uma série como Crepúsculo (e assemelhadas). Mas, se esse tipo de literatura (e filmes) pode afetar o comportamento, o que dirá da espiritualidade? Cristãos não podem ser ingênuos ao ponto de pensar que, no grande conflito entre o bem e o mal (cujo palco principal é a nossa mente), conteúdos interiorizados não têm influência sobre nós. Neste mundo, nenhum conteúdo é neutro. Ou “ajunta” ou “espalha”. Decida-se.[MB]

sábado, 18 de setembro de 2010

A Mulher Que se Casou Com o Homem Errado!!!

Esta era sensata e formosa, porém o homem era duro e maligno em todo o seu trato. 1 Samuel 25:3


Sócrates, o grande filósofo, e um dos homens mais sábios que já existiu, casou-se com aquele tipo de mulher que a Bíblia descreve como “rixosa” (Pv 21:19). John Wesley, um dos homens mais piedosos que já existiu, também não foi feliz em seu casamento. Mas parece que as mulheres que se casaram com o homem errado são mais numerosas, e sua experiência mais trágica.


No Antigo Testamento temos uma dessas histórias. Às vezes, vemos uma senhora graciosa, encantadora, de fino trato, casada com um homem grosseiro, rude e perverso, e nos perguntamos como isto terá acontecido. Mas nos tempos antigos isso não era de admirar, pois as mulheres não tinham a liberdade de escolha que têm hoje. Os pais decidiam o casamento dos filhos, sem perguntar se eles queriam ou não.


E isso deve ter acontecido com Abigail. Seu casamento foi arranjado com um homem rico. Como poderia ela objetar? Mas foi um casamento triste para ela, pois a riqueza em nada contribui para a felicidade quando uma mulher se casa com um homem como Nabal.


A notícia de que Nabal estava tosquiando suas três mil ovelhas chegou a Davi, que para fugir de Saul, se refugiara no sul do país, reunindo em torno de si cerca de 600 homens. E Davi se lembrou que havia encontrado os rebanhos de Nabal e os havia protegido dos ladrões. De acordo com o costume, na época da tosquia o proprietário das ovelhas distribuía presentes a todos como demonstração de gratidão a Deus e de boa vontade para com os vizinhos. Tendo isto em mente, Davi enviou alguns de seus homens para saudar a Nabal e receber dele o presente costumeiro.


Mas Nabal respondeu que não daria seu pão, sua água e a carne das suas reses a um bando de vagabundos. Davi ficou furioso e planejou matar todos os membros do sexo masculino da família de Nabal. Mas Abigail, ao saber dessa ofensa, entendeu o que estava para acontecer. E imediatamente tomou providências para salvar de morte certa não apenas os inocentes familiares de Nabal, mas a ele próprio.


Talvez uma vozinha lhe tivesse segredado ao ouvido: “Abigail, não seja boba! Esta é a sua chance de se livrar desse bruto que tanto a maltratou. Deixe que Davi execute sua vingança e você vai se tornar uma viúva rica e feliz!”


Leia, amanhã, o fim desta história.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Deixando as Sombras Para Trás

Esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo. Filipenses 3:13, 14


Quando Alexandre, o Grande, tinha 19 anos, foi certa vez assistir a um rodeio com seu pai, Filipe II. E notou que ninguém conseguia montar um dos cavalos. Todos os cavaleiros eram jogados ao chão. Finalmente, Alexandre disse ao pai: “Gostaria de ter sua permissão para montar aquele cavalo. Acho que consigo.”


O pai, embora hesitante, deu-lhe permissão e Alexandre desceu à arena, colocou a mão sobre o elegante garanhão negro, virou-lhe a cabeça na direção do Sol e montou-o. Cavalgou nele em volta do estádio, parou, desmontou e o amarrou num poste. A multidão se pôs em pé para aplaudi-lo.


Quando Alexandre voltou para junto de seu pai, que estava na galeria real, Filipe lhe perguntou: “Filho, como é que você conseguiu fazer isso?” Alexandre respondeu: “Foi simples, pai. Eu apenas virei a cabeça do cavalo para o Sol, de modo que ele não ficasse assustado com minha sombra. Com a sombra atrás dele, o cavalo não ficou com medo de mim.”


Alexandre mais tarde relembrou que seu mestre, Aristóteles, lhe dissera: “Mantenha sempre sua sombra atrás de você, e conquistará o mundo.”


Paulo não era nenhum iniciante quando escreveu a epístola aos Filipenses. Já era idoso e havia alcançado uma experiência espiritual bem mais rica do que a maioria dos cristãos. Mas ainda assim ele reconhecia não ter alcançado a perfeição. E esquecendo-se das coisas passadas, ele mantinha os olhos fitos em seu alvo: Cristo.


Nós também não devemos nos culpar porque ainda não atingimos o alvo. Seremos culpados se não prosseguirmos e nos acomodarmos com as realizações passadas.


Algumas pessoas olham para o Oeste, lamentando o Sol poente. Outros contemplam o nascer do Sol, animados com os primeiros clarões da alvorada. É melhor olhar para a frente, para o caminho que precisamos trilhar, do que olhar para o caminho já percorrido.


Como cristãos, devemos manter as sombras e fracassos do passado atrás de nós e virar o rosto na direção do Sol da Justiça. Os olhos precisam preceder os pés. Se nosso olhar não estiver nEle, os pés se desviarão.